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dm-crypt (Português)/Device encryption (Português)

Esta página mostra como utilizar dm-crypt pela linha de comando para criptografar um sistema.

Status de tradução: Esse artigo é uma tradução de Dm-crypt/Device encryption. Data da última tradução: 2020-05-25. Você pode ajudar a sincronizar a tradução, se houver alterações na versão em inglês.

Preparação

Antes de usar cryptsetup, tenha certeza que o módulo de kernel dm_crypt está carregado.

Uso do cryptsetup

cryptsetup é uma ferramenta da linha de comando para o dm-crypt criar, acessar e gerenciar dispositivos criptografados. Ela foi expandida para suportar diferentes tipos de encriptação que dependem do mapeador de dispositivos e módulos criptografados (device-mapper and the cryptographic modules). A expansão mais notável foi o LUKS (Linux Unified Key Setup), que guarda todas as informações necessárias para o dm-crypt no próprio disco e abstrai a partição e gerenciamento de chaves com o objetivo de facilitar o uso. Dispositivos acessados via o mapeador de dispositivos são chamados de dispositivos de bloco (blockdevices). Para mais informações veja Criptografia de dados em repouso#Encriptação de dispositivo de bloco.

A ferramenta é usada da seguinte forma:

# cryptsetup <OPÇÕES> <ação> <opções-específicas-da-ação> <dispositivo> <dmnome>

Existem opções e modo de encriptação padrão, que serão usados se nenhuma outra opção for especificada. Veja

$ cryptsetup --help 

Todos os parâmetros, opções e ações padrão serão listados. A lista completa das opções pode ser encontrada na página man. Parâmetros podem ser opcionais ou não, dependendo do modo de encriptação e ação escolhidas, as seções a seguir possuem mais informação sobre elas. A velocidade é muito importante, portanto deve-se escolher com cuidado o algoritmo que vai utilizar. Mudar a cifra criptográfica de um dispositivo de bloco já criptografado é dificíl, por isso é importante verificar a performance do dm-crypt com diferentes parâmetros antes de instalar o sistema:

$ cryptsetup benchmark 

Lhe ajudará a decidir qual algoritmo e tamanho de chave você quer usar. Se algumas cifras AES se destacarem com uma grande diferença, estas provavelmente devem ter suporte de hardware na CPU.

Dica: Pode ser desejado praticar a encriptação em uma máquina virtual.

Senhas e chaves do cryptsetup

Um dispositivo de bloco criptografado é protegido por uma chave. Pode ser:

Ambos os tipos de chave possuem tamanhos padrões máximos: senhas podem ser até 512 caracteres e keyfiles até 8192KiB.

Uma importante distinção do LUKS a se notar é que a chave é usada para desbloquear a chave mestre do dispositivo criptografado com LUKS, e esta pode ser mudada. Outros modos de encriptação não suportam mudança na chave depois de definida, devido a eles não utilizarem uma chave mestre na encriptação. Veja Criptografia de dados em repouso#Encriptação de dispositivo de bloco para detalhes.

Opções de encriptação com dm-crypt

Cryptsetup suporta o uso de diferentes modos de encriptação com dm-crypt:

  • --type luks para usar a versão padrão do LUKS (LUKS1 com cryptsetup < 2.1.0, LUKS2 com cryptsetup ≥ 2.1.0),
  • --type luks1 para usar LUKS1, a versão mais comum do LUKS,
  • --type luks2 para usar LUKS2, a última versão do LUKS que permite extensões adicionais,
  • --type plain para usar o modo plain do dm-crypt,
  • --type loopaes para o modo loopaes legacy,
  • para o modo de compatibilidade com TrueCrypt.

As opções criptográficas básicas para as cifras e hashes disponíveis podem ser usadas para todos os modos e dependem das funcionalidades relacionadas a criptografia presentes no kernel. Todas as que são carregadas e disponíveis para uso como opções podem ser vistas com:

$ less /proc/crypto 

As opções de encriptação para os modos , , luks2 e plain serão introduzidas. Note que a tabela lista opções utilizadas em seus respectivos artigos e não todas as disponíveis.

Opções de encriptação para o modo LUKS

A ação do cryptsetup para configurar um novo dispositivo do dm-crypt no modo de encriptação LUKS é luksFormat. Diferente do que o nome implica, não formata o dispositivo, mas configura o cabeçalho do dispositivo LUKS e criptografa a chave mestre com as opções criptografadas desejadas.

como LUKS é o modo de encriptação padrão, você pode criar um novo dispositivo LUKS com os parâmetros padrão ( é opcional):

# cryptsetup -v luksFormat dispositivo

Em comparação, você pode querer especificar as opções padrão manualmente também:

# cryptsetup -v --type luks --cipher aes-xts-plain64 --key-size 256 --hash sha256 --iter-time 2000 --use-urandom --verify-passphrase luksFormat dispositivo

As opções padrão são comparadas com um exemplo de especificação criptograficamente maior na tabela abaixo, com comentários:

OpçõesPadrão do cryptsetup 2.1.0ExemploComentários
--cipher

-c

A versão 1.6.0 mudou o padrão para uma cifra do AES no modo XTS (veja o item 5.16 do FAQ). Não é recomendado o uso da cifra padrão anterior devido a seus conhecidos problemas e ataques práticos contra eles.
--key-size

-s

( for XTS) Por padrão uma chave com tamanho de 512 bit é usada para cifras XTS. Note no entanto que XTS divide a chave no meio, resultando no uso do AES-256.
--hash

-h

O algoritmo de Hash usado para derivação de chave. A versão 1.7.0 mudou o padrão de para "não por segurança [mas] principalmente para previnir problemas de compabilidade em sistemas onde SHA1 já estava [em] desuso ". O antigo padrão do pode ainda ser usado por compatibilidade com versões mais velhas do cryptsetup desde que é considerada segura (veja o item 5.20).
--iter-time

-i

2000 5000 Número de milisegundos a serem esperados com o processamento da senha PBKDF2. A versão 1.7.0 mudou o padrão de para 2000 com o objetivo de "tentar manter a contagem da interação do PBKDF2 alta o bastante e também ainda aceitável pelos usuários.". Esta opção é somente relevante para operações do LUKS que definem ou mudam senhas, tais como luksFormat ou luksAddKey. Especificando 0 como parâmetro seleciona o padrão compilado.
--use-{u,}random Seleciona que gerador de números randômicos vai ser utilizado. Traduzindo a página manual do cryptsetup: "Em situações de baixa entropia (exemplo, em um sistema embarcado), ambas as escolhas são problemáticas. Usar /dev/urandom pode resultar em chaves fracas. Usar /dev/random pode demorar muito tempo, potencialmente para sempre, se a entropia coletada pelo kernel não for o bastante."
--verify-passphrase

-y

Yes - Padrão somente para luksFormat e luksAddKey. Não é necessário digitar essa opção no momento.

As propriedades das funcionalidades e opções do LUKS são descritas nas especificações do LUKS1 (pdf) e LUKS2 (pdf).

Opções de encriptação para o modo plain

No modo plain do dm-crypt, não existe chave mestre no dispositivo, consequentemente não é necessário defini-lá. As opções de encriptação são empregadas diretamente para criar a mapeação entre o disco criptografado e um dispositivo nomeado. O mapeamento pode ser criado na partição ou no dispositivo todo. Nesse último caso não é necessário uma tabela de partição.

O mapeamento do modo plain com os parâmetros padrão do cryptsetup pode ser feito com:

# cryptsetup <opções> open --type plain <dispositivo> <dmnome>

Ao executar o comando, será solicitada a senha, que deve possuir uma entropia muito alta. Abaixo uma comparação dos parâmetros padrão com o exemplo em dm-crypt/Criptografando todo um sistema#dm-crypt plain:

OpçãoPadrão do cryptsetup 2.1.0ExemploComentários
--hash

-h

- O hash é usado para criar a chave com a senha; não é usado em uma keyfile.
--cipher

-c

As cifras consistem de três pares: geradores cifra-modo_de_opeação-IV. Veja Criptografia de dados em repouso#Cifras e modos de operação para uma explicação dessas configurações, e a documentação do DMCrypt para os modos disponíveis.
--key-size

-s

O tamanho da chave (em bits). O tamanho dependerá da cifra e chainmode utilizado. O modo Xts precisa de duas vezes o tamanho da chave do cbc.
--size

-b

Tamanho real do disco alvo (dispositivo mapeado será 512B×2048=1MiB) Limite o tamanho máximo do dispositivo (em setores de 512-byte).
--offset

-o

O quanto pular do inicio do disco alvo (setores de 512-byte) antes de começar o mapeamento
--skip

-p

(512B×2048=1MiB serão pulados) O número de setores de 512-byte de dados criptografados a pular no começo.
--key-file

-d

A senha será usada por padrão /dev/sdZ (ou, por exemplo, ) O dispositivo ou arquivo a ser usado como chave. Veja #Keyfiles para mais detalhes.
--keyfile-offset Distância do início do arquivo onde a chave começa (em bytes). Esta opção é suportada a partir da versão 1.6.7 do cryptsetup.
--keyfile-size

-l

8192kB - (será utilizado o padrão) Limita os bytes lidos da keyfile. Esta opção é suportada a partir da versão 1.6.7 do cryptsetup.

Se usar o dispositivo , o exemplo da columa acima da direita resulta em:

# cryptsetup --cipher=aes-xts-plain64 --offset=0 --key-file=/dev/sdZ --key-size=512 open --type=plain /dev/sdX enc

Diferente de criptografar com LUKS, o comando acima deve ser executado totalmente, independente se o mapeamento precisa ser re-estabelecido ou não, é importante lembrar da cifra, hash e keyfile. Agora podemos checar se o mapeamento foi feito:

# fdisk -l

O dispositivo mapeado deve aparecer como .

Criptografando dispositivos com cryptsetup

Esta seção mostra como empregar as opções para criar novos dispositivos de bloco criptografados e acessá-los manualmente.

Formatando partições LUKS

Para configurar uma partição criptografada LUKS, execute:

# cryptsetup luksFormat dispositivo

Lhe será solicitado uma senha e também a verificação desta.

Veja #Opções de encriptação para o modo LUKS para opções da linha de comando.

Você pode checar os resultados com:

# cryptsetup luksDump dispositivo

Note que a saída vai mostrar a informação do cabeçalho da cifra criptográfica, como também as chaves em uso da partição LUKS.

O seguinte exemplo criará uma partição raiz criptografada no usando a cifra AES padrão no modo XTS com uma efetiva encriptação de 256-bit

# cryptsetup -s 512 luksFormat /dev/sda1
Formatando uma partição com LUKS e uma keyfile

Na criação de uma partição criptografada LUKS, uma keyfile pode ser associada usando:

# cryptsetup luksFormat dispositivo /caminho/para/keyfile

Veja #Keyfiles para instruções em como gerar e gerenciar keyfiles.

Abrindo/Mapeando containers LUKS com o mapeador de dispositivos

Uma vez que os containers LUKS foram criados, eles podem ser abertos.

Para abrir um container LUKS voce precisa definir o nome do novo dispositivo mapeado. Isto alerta o kernel que está criptografado e deve ser acessado através do LUKS usando o para nao sobrescrever os dados criptografados. Para se proteger deste tipo de acidente, leia sobre como fazer backup do cabeçalho criptografado depois de terminar a configuração.

Para abrir um container LUKS criptografado execute:

# cryptsetup open dispositivo dm_nome

Será solicitada a senha para abrir o container. Normalmente o nome do dispositivo mapeado é uma breve descrição da função do container mapeado. Por exemplo, o comando a seguir abre o container LUKS e mapeia ele para :

# cryptsetup open /dev/sda1 cryptraiz

Uma vez aberto, o container criptografado deve ser acessado pelo caminho ao invés do container diretamente (exemplo ).

Para configurar um grupo de volumes do LVM em cima da camada criptografada, o nome do dispositivo mapeado deve ser (nesse caso) algo parecido com , e não . LVM vai dar nomes adicionais para todos os volumes lógicos criados, exemplo, /dev/lvmpool/raiz e .

Para escrever dados criptografados no container você deve acessá-lo pelo nome do dispositivo mapeado. O primeiro passo tipicamente será colocar um sistema de arquivos . Por exemplo:

# mkfs -t ext4 /dev/mapper/cryptraiz

O dispositivo pode ser então montado como qualquer partição.

Para fechar o container LUKS, desmonte a partição e execute:

# cryptsetup close cryptraiz

Criptografando dispositivos com o modo plain

A criação e acesso subsequente do container no modo plain do dm-crypt precisam somente dos parâmetros corretos com a ação . A seguir é mostrado dois dispositivos não raiz, com o segundo criado em cima do primeiro. Obviamente, empilhar a criptografia dobra uso de recursos. Este exemplo é utilizado para mostrar o uso de cifras criptográficas.

O primeiro mapeamento é criado com as opções padrão do modo plain docryptsetup, como descrito em uma das tabelas acima

No segundo dispositivo de bloco, vão ser utilizados parâmetros diferentes e um (opcional) início (offset), colocar um sistema de arquivos e montá-lo.

# lsblk -p
 NAME
 /dev/sda
 ├─/dev/sdaX
 │ └─/dev/mapper/plain1
 │   └─/dev/mapper/plain2
 ...
# mkfs -t ext2 /dev/mapper/plain2
# mount -t ext2 /dev/mapper/plain2 /mnt
# echo "Este é o empilhado. Uma senha por pé para atirar" > /mnt/stacked.txt

Feche o dispositivo para checar se o acesso funciona

# cryptsetup close plain2
# cryptsetup close plain1

Primerio, tente abrir o sistema de arquivos diretamente:

# cryptsetup --type plain --cipher=serpent-xts-plain64 --hash=sha256 --key-size=256 --offset=10 open /dev/sdaX plain2

Por que não deu certo? como o "plain2" que começa no bloco () está criptografado com a cifra do "plain1". Ele só pode ser acessado através do dispositivo mapeado empilhado. O erro é arbitário, tentar a senha ou opções erradas vai resultar no mesmo. Para o modo plain do dm-crypt, a ação não apresentará erros.

Tentando novamente mas agora na ordem correta:

# cryptsetup close plain2    # dispositivo mapeado disfuncional da tentativa anterior
# mount /dev/mapper/plain2 /mnt && cat /mnt/stacked.txt
Este é o empilhado. Uma senha por pé para atirar

dm-crypt irá cuidar da criptografia empilhada com alguns modos misturados também. Por exemplo o modo LUKS poderia ser empilhado no dispositivo mapeado "plain1". Seu cabeçalho deve estar criptografado dentro do "plain1".

A opção está somente disponível para o modo plain. Com esta um dispositivo pode ser segmentado em diferentes dispositivos mapeados sem sobreposição. Isto será exemplificado a seguir, usando um modo de cifra compatível com loopaes para o "plain2":

Como a árvore de dispositivos mostra, ambos residem no mesmo nível, elas não estão empilhadas e "plain2" pode ser aberto individualmente.

Ações específicas do cryptsetup para o LUKS

Gerenciamento de chaves

É possível definir chaves adicionais para um container LUKS. Permitindo a criação do acesso a chaves para backup de dados seguro: Na prática conhecida como key escrow, uma chave é usada para utilização diária, outra guardada para ganhar acesso ao container caso a senha seja esquecida ou a keyfile foi perdida/danificada. Um diferente espaço de chave também pode ser usado para garantir acesso de um container para um usuário ao adicionar uma segunda chave e mais tarde removê-la.

Uma vez que o container criptografado foi criado, o espaço de chave (key slot) 0 é criado (se nenhum outro foi definido manualmente). Espaços de chave adicionais são numerados de 1 a 7. Os espaços de chave utilizados podem ser vistos com:

# cryptsetup luksDump /dev/<dispositivo>

Onde <dispositivo> é o volume que contém o cabeçalho do LUKS. Este e todos os seguintes comandos nesta seção funcionam em backups de cabeçalho também.

Adicionando chaves do LUKS

Para adicionar uma nova chave, use a ação do cryptsetup . Por segurança, sempre será solicitada uma chave existente válida ("any passphrase"), também para dispositivos já abertos, antes que a nova senha seja solicitada:

Se for dado, cryptsetup adicionará a <keyfile_adicional>. Se não, uma nova senha será solicitada duas vezes. É possível usar uma existente keyfile para autorizar a ação, use a opção ou -d seguida pela "antiga" <keyfile>:

# cryptsetup luksAddKey /dev/<dispositivo> (/caminho/para/<keyfile_adicional>) -d /caminho/para/<keyfile>

Se é desejado usar múltiplas chaves e mudar ou remover elas, a opção --key-slot ou pode ser usada para especificar o slot:

Para mostrar uma ação associada neste exemplo, foi decidido mudar a chave acima mostrada:

Antes de removê-la.

Removendo chaves do LUKS

Existem três diferentes ações para remover chaves do cabeçalho:

  • é usado para remover uma chave por especificar sua senha/kefile.
  • pode ser usado para remover uma chave específica (usando outra chave). Isto é extremamente útil se você esqueceu uma senha, perdeu uma keyfile ou não tem acesso a ela.
  • é usado para rapidamente remover todas as chaves ativas.

É útil saber se a chave que desejamos manter é válida. Uma forma fácil de checar é abrir o dispositivo com a opção -v, o espaço que ela ocupa será mostrado:

Agora será removida a chave adicionada na subseção anterior, usando sua senha:

# cryptsetup luksRemoveKey /dev/<dispositivo>
Enter LUKS passphrase to be deleted:

Se for usada a mesma senha para dois espaços, a primeira ocorrência de espaço que tiver a senha vai ser apagado. Somente executando novamente a segunda vai ser apagada.

Alternativamente, é possível especificar o espaço de chave:

Note que em ambos os casos, nenhuma confirmação é necessária.

Reiterando o que foi falado acima: Se a mesma senha foi usada para o espaço 1 e 6, ambos devem ter sidos apagados agora.

Backup e restauração

Se o cabeçalho de um container criptografado com LUKS é destruído, você não vai conseguir decriptografar seus dados. Tão problemático quanto esquecer a senha ou modificar/perder a keyfile. Danos podem acontecer por sua própria responsabilidade ao particionar novamente o disco depois ou por programas de terceiros que interpretam errado a tabela de partições. Então, ter um backup do cabeçalho e guardá-lo em outro lugar pode ser uma boa ideia.

Backup usando o cryptsetup

A ação do cryptsetup faz o backup do cabeçalho LUKS e os espaços de chave:

# cryptsetup luksHeaderBackup /dev/<dispositivo> --header-backup-file /mnt/<backup>/<arquivo>.img

Onde <dispositivo> é a partição que contém o volume LUKS.

# mkdir /root/<tmp>/
# mount ramfs /root/<tmp>/ -t ramfs
# cryptsetup luksHeaderBackup /dev/<dispositivo> --header-backup-file /root/<tmp>/<arquivo>.img
# gpg2 --recipient <User ID> --encrypt /root/<tmp>/<arquivo>.img 
# cp /root/<tmp>/<arquivo>.img.gpg /mnt/<backup>/
# umount /root/<tmp>

Restauração usando o cryptsetup

Para evitar a restauração de um cabeçalho errado, você pode fazer a verificação ao usá-lo como um cabeçalho remoto com a opção :

# cryptsetup -v --header /mnt/<backup>/<arquivo>.img open /dev/<dispositivo> test
Key slot 0 unlocked.
Command successful.
# mount /dev/mapper/test /mnt/test && ls /mnt/test 
# umount /mnt/test 
# cryptsetup close test 

Se não ocorreram erros, a restauração pode ser feita:

# cryptsetup luksHeaderRestore /dev/<dispositivo> --header-backup-file ./mnt/<backup>/<arquivo>.img

Agora todos os espaços de chave foram sobrescrevidos; somente os espaços de chave ativos do backup devem estar disponíveis.

Backup e restauração manual

O cabeçalho sempre vai residir no início do dispositivo e um backup pode ser feito sem acesso ao cryptsetup também. Primeiro você têm que descobrir o payload offset da partição criptografada:

Depois, cheque o tamanho dos setores na unidade de armazenamento

Agora que você sabe os valores, você pode fazer o backup do cabeçalho com o dd:

# dd if=/dev/<dispositivo> of=/caminho/para/<arquivo>.img bs=512 count=4040

Guarde-o com segurança.

Uma restauração pode ser feita usando os mesmos valores, com exceção do e of que serão invertidos:

# dd if=/caminho/para/<arquivo>.img of=/dev/<dispositivo> bs=512 count=4040

Criptografando dispositivos novamente

O pacote cryptsetup possui duas opções para recriptografar o dispositivo:

cryptsetup reencrypt
Argumento do próprio : Metódo recomendado. Atualmente funciona somente com dispositivos LUKS2. Ações podem ser executadas online. Suporta múltiplas tarefas de re-encriptação paralela. Resiliente a falhas do sistema. Veja para mais informação.
cryptsetup-reencrypt
Ferramenta legada, suporta LUKS1 e também LUKS2. Ações podem ser somente executadas em dispositivos desmontados. Somente um processo por vez. Sensível a falhas do sistema. Veja para mais informações.

Ambos podem ser usados para converter um sistema de arquivos existente para um criptografado com LUKS ou permanentemente remover a criptografia de um dispositivo (usando a opção ). Como o nome sugere também pode ser usado para criptografar novamente um container LUKS, apesar que isto não é possível com o cabeçalho desanexado ou outros modos de encriptação (exemplo, modo plain). É possível mudar as #Opções de encriptação para o modo LUKS.

Criptografar novamente um container pode ser útil para assegurar os dados depois que uma senha ou keyfile foi compromisada e não tem certeza que alguma cópia do cabeçalho foi obtida. Por exemplo, se somente uma senha foi vista mas nenhum acesso físico/lógico ocorreu, deve ser o bastante mudar a respectiva senha/chave (#Gerenciamento de chaves).

Exemplo, uma partição é criptografada com LUKS e então criptografada novamente.

Criptografar um sistema de arquivos

Um cabeçalho do LUKS sempre é armazenado no início do dispositivo. Já que usualmente um sistema de arquivos existente usa todos os setores da partição, o primeiro passo é diminuir o espaço alocado para o cabeçalho do LUKS.

O cabeçalho padrão do LUKS2 precisa de 16MiB. Se o sistema de arquivos atual ocupa todo o espaço disponível, diminua ele para ao menos este tamanho. Para diminuir um sistema de arquivos existente no para seu menor espaço possível:

# umount /mnt

A cifra padrão de encriptação vai ser utilizada, então não há necessidade de especificá-la:

# cryptsetup reencrypt --encrypt --reduce-device-size 16M /dev/sdaX
WARNING!
========
This will overwrite data on LUKS2-temp-12345678-9012-3456-7890-123456789012.new irrevocably.

Are you sure? (Type 'yes' in capital letters): YES
Enter passphrase for LUKS2-temp-12345678-9012-3456-7890-123456789012.new:
Verify passphrase:

Depois que acabar, a encriptação vai ter sido feita para toda a partição, não somente o espaço que o sistema de arquivos foi diminuído. Por fim, extenda o sistema de arquivos original para ocupar o espaço disponível novamente:

# mount /dev/mapper/recrypt /mnt

O sistema de arquivos agora está pronto para uso. Você pode querer adicioná-lo no seu crypttab.

Criptografando novamente um container LUKS

Neste exemplo um container LUKS é criptografado novamente.

Para criptografar novamente o dispositivo com suas opções de encriptação atuais, você não precisa especificá-las:

Nota: Para LUKS1 vai ser necessário usar a ferramenta legada:
# cryptsetup-reencrypt /dev/sdaX

Chaves existentes serão mantidas quando criptografar novamente um dispositivo com uma cifra e/ou hash diferente. Outro uso é criptografar novamente dispositivos LUKS que não tem opções de encriptação modernas. A habilidade de modificar o cabeçalho pode ser limitada pelo seu tamanho. Exemplo, se um dispositivo inicialmente foi criptografado com a cifra CBC e tamanho de chave de 128 bit, o cabeçalho deste vai ter metade do tamanho mencionado acima ( setores):

Apesar de ser possível atualizar a criptografia de tal dispositivo, isto é praticável somente se feito em dois passos. Primeiro, use as mesmas opções de encriptação, mas use a opção para disponibilizar espaço para um cabeçalho maior. Segundo, agora utilize as opções de encriptação que desejar. Por esta razão e o fato que um backup deve ser feito, criar um novo dispositivo criptografado para o restaurar é uma opção mais rápida.

Redimensionando os dispositivos criptografados

Se um dispositivo de armazenamento criptografado com dm-crypt está sendo clonado (com uma ferramenta como o dd) para outro dispositivo maior, este último deve ser redimensionado para utilizar todo o seu espaço.

Neste exemplo, o dispositivo destino é /dev/sdX2, todo o espaço adicional da partição vai ser utilizado:

# cryptsetup luksOpen /dev/sdX2 sdX2
# cryptsetup resize sdX2

O sistema de arquivos deste deve ser redimensionado também.

Sistema de arquivos de loopback

Assuma que um sistema de arquivos de loopback criptografado está no arquivo , ligado ao /dev/loop0, mapeado como e montado em , como no exemplo presente em dm-crypt/Criptografando um sistema de arquivos não raiz#Dispositivo de loop.

Se o container está mapeado e/ou montado, o desmonte e/ou feche:

# umount /mnt/segredo
# cryptsetup close segredo
# losetup -d /dev/loop0

Depois, expanda o container com o tamanho do arquivo que você quer adicionar. Neste exemplo, o arquivo será expandido com 1M * 1024, que é 1G.

# dd if=/dev/urandom bs=1M count=1024 | cat - >> grande_segredo

Agora mapeie o container para o dispositivo de loop:

# losetup /dev/loop0 grande_segredo
# cryptsetup open /dev/loop0 segredo

Depois disso, redimensione a parte criptografada do container para o novo tamanho máximo do arquivo container:

# cryptsetup resize segredo

Finalmente, cheque o sistema de arquivos e, se está ok, o redimensione (exemplo para ext2/3/4):

# e2fsck -f /dev/mapper/segredo
# resize2fs /dev/mapper/segredo

Você pode montar o container novamente:

# mount /dev/mapper/segredo /mnt/segredo

Keyfiles

Nota: Esta seção descreve o uso de keyfile em texto puro. Se desejar criptografar a keyfile para conseguir autentificação de dois fatores veja Usando keyfiles criptografadas com GPG, LUKS ou OpenSSL[link quebrado: seção inválida] para detalhes, mas ainda leia esta seção.

O que é uma keyfile?

Também conhecida como arquivo chave ou arquivo-chave, uma keyfile é um arquivo cujo dados são usados como senha para abrir um volume criptografado. Isto significa que se tal arquivo é perdido ou modificado, abrir o volume pode não ser mais possível.

Porque usar uma keyfile?

Existem muitos tipos de keyfiles. Cada tipo possui suas vantagens e desvantagens, resumidos abaixo:

Senha

Contém a senha. A vantagem deste tipo é que se o arquivo perde os dados, o proprietário do volume criptografado pode se lembrar do conteudo. No entanto a desvantagem é que isto não trás nenhuma segurança extra comparado com digitar a senha na inicialização.

Exemplo:

Texto randômico

Este tipo de keyfile contém um bloco de caracteres randômicos. É muito mais resistente ao ataques de dicionários que uma simples senha. Possui também como vantagem o tamanho dos dados utilizados. Desde que este tipo não é para ser memorizado por uma pessoa, é possível criar um arquivo com milhares de caracteres e colocá-lo como uma chave. A desvantagem é que se o arquivo é perdido ou modificado, não deve ser possível recuperar o acesso ao volume criptografado sem outra chave.

Exemplo:

Binário

É um arquivo binário que foi definido como keyfile. Quando identificar candidatos para uma keyfile, é recomendado que escolha fotos relativamente estáticas como fotos, músicas, vídeos. A vantagem, esses arquivos tem outras funções que dificultam a sua identificação como keyfile. Ao invês de ter um arquivo de texto com uma grande quantidade de texto randômico, a keyfile vai ser considerada como um arquivo de mídia normal. A desvantagem, se o arquivo for perdido ou mudado, provavelmente não será mais possível acessar o volume criptografado sem outra chave. Adicionalmente, existe teoricamente uma perda de aleatoriedade se comparado com um arquivo de texto randômico. Isto é devido ao fato que imagens, vídeos e músicas tem uma relação intríseca entre bits de dados vizinhos que não existe num texto randômico. No entanto isto é controverso e nunca foi publicamente explorado.

Exemplo: imagens, texto, video ...

Guardando a keyfile em um sistema de arquivos filesystem

Uma keyfile pode ser de conteudo e tamanho arbitrários.

É utilizado o para gerar uma keyfile de 2048 bytes randômicos, os colocando no arquivo :

# dd bs=512 count=4 if=/dev/random of=/etc/minha_keyfile iflag=fullblock

Se você planeja guardar a keyile em um dispositivo externo, você pode simplesmente mudar a saída para o diretório correspondente:

# dd bs=512 count=4 if=/dev/random of=/media/pendrive/minha_keyfile iflag=fullblock

Para negar o acesso de qualquer usuário exceto o :

# chmod 600 /etc/minha_keyfile
Sobrescrevendo com segurança as keyfiles guardadas

Se você guardar sua keyfile temporária em uma unidade de armazenamento, e quer deletá-la, use algo parecido com isso

# shred --remove --zero minha_keyfile

para sobrescrever com segurança. Para sistemas de arquivos antigos como FAT ou ext2 isto deve bastar, enquanto que no caso de sistemas de arquivos com journaling, hardware de memória flash e outros casos é recomendado a apagar todo o disco.

Guardando a keyfile no ramfs

Alternativamente você pode montar uma ramfs para guardar a keyfile temporariamente:

# mkdir /root/minha_ramfs
# mount ramfs /root/minha_ramfs/ -t ramfs
# cd /root/minha_ramfs

A vantagem é que ela reside na RAM e não em um disco fisíco, então não pode ser recuperada depois de desmontar o ramfs. Depois de copiar a keyfile para outro seguro e persistente sistema de arquivos, desmonte o ramfs com

# umount /root/minha_ramfs

Configurando o LUKS para utilizar uma/outra keyfile

Adicione um espaço de chave para a keyfile no cabeçalho do LUKS:

# cryptsetup luksAddKey /dev/sda2 /etc/minha_keyfile
Enter any LUKS passphrase:
key slot 0 unlocked.
Command successful.

Manualmente abrindo uma partição com uma keyfile

Use a opção quando for abrir um dispositivo LUKS:

# cryptsetup open /dev/sda2 dm_nome --key-file /etc/minha_keyfile
Configurando o mkinitcpio

Você pode adicionar um módulo em sua para o sistema de arquivos da sua unidade de armazenamento, no exemplo abaixo o módulo ():

MODULES=(vfat)

Neste exemplo é assumido que você vai usar um pendrive formatado em FAT (módulo ). Mude este módulo para outro caso for usar outro sistema de arquivos (exemplo, ). Se receber uma mensagem reclamando de "bad superblock" e "bad codepage" na inicialização, é necessário carregar uma codepage extra. Você pode precisar do módulo nls_iso8859-1 para a codepage .

Se você usa um teclado não-US, pode ser útil carregá-lo antes que seja solicitada a senha para abrir a partição raiz na inicialização. Para isto, você precisa do hook antes do .

Gere novamente o initramfs.

Configurando os parâmetros do kernel

Adicione as seguintes opções nos parâmetros do kernel se está usando o hook . Se está usando o veja dm-crypt/Configuração do sistema#Usando o hook sd-encrypt.

cryptdevice=/dev/<partição1>:raiz cryptkey=/dev/<partição2>:<tipo_do_sistema_de_arquivos>:<caminho>

Por exemplo:

cryptdevice=/dev/sda3:raiz cryptkey=/dev/sdb1:vfat:/chaves/chavesecreta

Escolher um arquivo com nome normal dá um pouco de 'segurança por obscurantismo', mas esteja ciente que a linha de comando do kernel é gravada no log do kernel (dmesg). A keyfile não pode ser um arquivo escondido, isto significa que o nome do arquivo não deve começar com um ponto, ou o hook não vai conseguir encontrar o arquivo durante o processo de inicialização. Alternativamente, você pode essconder a keyfile entre partições e usar:

cryptkey=/dev/sdb1:início:tamanho

Como vantagem, é mais difícil acidentalmente deletar a chave.

Não existe garantia que nomes de dispositivos como irão permanecer os mesmos entre inicializações. É mais confiável acessar o dispositivo com a nomeação persistente de dispositivo de bloco do udev. Use isto para ter certeza que o hook vai encontrar sua keyfile quando lê-la de um dispositivo externo.

Com uma keyfile no initramfs

Este método permite o uso de um nome especial para a keyfile que vai ser colocada no initramfs e lida pelo hook para abrir o sistema de arquivos raiz (cryptdevice) automaticamente. Pode ser útil quando deseja que o /boot criptografado, evitando entrar duas senhas durante a inicialização.

O hook permite que o usuário especificar uma keyfile com o parâmetro do kernel : no caso do initramfs, a sintaxe é . Veja dm-crypt/Configuração do sistema#cryptkey. Apesar que, este parâmetro do kernel se não definido vai usar por padrão , e se o initramfs contém uma chave válida com este nome, o container será aberto sem a necessidade de definir o parâmetro .

Se está usando o , especifique a localização da keyfile com o parâmetro do kernel . Veja dm-crypt/Configuração do sistema#rd.luks.key.

Gere uma keyfile, defina permissões apropriadas e a adicione como uma chave do LUKS:

# dd bs=512 count=4 if=/dev/random of=/crypto_keyfile.bin iflag=fullblock
# chmod 600 /crypto_keyfile.bin
# chmod 600 /boot/initramfs-linux*
# cryptsetup luksAddKey /dev/sdX# /crypto_keyfile.bin
Atenção: Quando as permissões do initramfs estão definidas para 644 (por padrão), então todos os usuários poderão conseguir o conteúdo da keyfile. Tenha certeza de que as permissões ainda são 600 depois de atualizar ou instalar um kernel.

Inclua a chave no arranjo de arquivos do mkinitcpio:

Finalmente gere novamente o initramfs.

Na próxima inicialização você deve precisar somente entrar com a senha do container criptografado uma vez.

(fonte)

gollark: But there would also be a popup asking you to download the app, which would not actually work because I'm not making an app, as well as one asking you to add it to your home screen as a PWA.
gollark: Then it would load into a page containing a bunch of links to all the actual *content*, but each would have a vaguely nice-looking but irrelevant image to occupy half the page and also your internet connection.
gollark: The loading spinner would load after it's about half done with the whole thing.
gollark: "osmarks.tk 2.0" would start by having a splash screen with an overlarge image and text saying things like "downloading 5MB of JS frameworks", "finding irrelevant images for all content", "running `npm update`", that sort of thing.
gollark: Do you mean "enraged", sinth?
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